Faltam quatro dias. Quatro dias para a data que mudou minha vida, ainda que sem eu saber. Quatro dias para o dia que você mudou para o nosso prédio. Quatro dias pra'quele começo de história tão peculiar.

A gente se odiava, tudo por causa dos ciúmes que tínhamos daquela amiga em comum. Passamos meses assim, até que a amiga em questão resolveu dar mancada com nós duas. Quando a gente se distanciou dela, isso fez com que nos aproximássemos mais, já que agora tínhamos um elemento em comum: o desapontamento.

A gente não sabe exatamente quando começou, só sabemos que, de uma hora pra outra, éramos amigas inseparáveis. Onde você ia, eu ia. Cada uma de nós servindo de cúmplice, de testemunha para tudo o que a vida nos impôs, do nosso crescimento. Foram sete anos.

Sete anos de história, de mancadas, de micos, de situações constrangedoras, de fugas, de esconde-esconde, de viagens, de caminhadas, de feirinhas, de quermesses, de choros silenciosos, de não se saber o que fazer, de conselhos, de risadas, de desespero, de gritos, de palavrões, de amor.

Eu fico imaginando o que teria sido de mim sem você. Com certeza, eu teria uma vida mais sem graça, porque o que você me ensinou nesse tempo todo foi ser menos chata, menos emburrada, menos mal humorada. Você me ensinou a rir de todas as coisas, sejam idiotas ou importantes. Você me ensinou que eu posso fazer tudo o que eu quiser, se eu correr atrás disso. Você me escutou quando eu precisava desabafar, e falou mais do que a boca quando sabia que o que eu menos queria era me pronunciar. Você enxergou meu humor de longe, e fez o que pôde pra melhorá-lo. Você sabia quando eu estava muito feliz, e desconfiava do motivo da minha alegria, sem ao menos eu lhe contar. Você esteve lá, me animando, quando a vida me deu um chute no traseiro que me derrubou no chão, e até me estendeu a mão, me ajudando a levantar, toda vez.

Já fizemos tantas coisas juntas, que se eu parasse para escrever nossas memórias, com certeza teria muito mais páginas que a Bíblia. E o mais legal de tudo é que isso é só o começo, porque nós ainda temos muitos anos pela frente, pra adicionar mais capítulos nessa história, e mais risadas no nosso saldo infinito.

Eu sei que envelheceremos juntas e que um dia nós estaremos sentadas na varanda, contemplando o bonito dia ensolarado à nossa frente, e relembrando dos nossos tempos de loucura, rindo e se divertindo como nunca. Porque relembrar é viver, certo?

Um beijo, Thaís. Feliz aniversário!