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sábado, 18 de outubro de 2008

O verdadeiro Rei

Marcos Rey, outrora conhecido como Edmundo Donato, foi escritor, tradutor e cineasta. Era descendente de italianos e seu pai, Luis Donato, fez com que os filhos pegassem gosto pela ficção, graças ao trabalho que mantinha na Editora Monteiro Lobato.

Marcos adaptou obras de Mark Twain e Joaquim Manuel de Macedo para telenovelas, e foi um dos autores do roteiro de Vila Sésamo, além de participar do roteiro de Sítio do Pica-Pau Amarelo. Ainda traduzia livros em inglês com seu irmão, Mário Donato, e escreveu várias obras-primas, usando São Paulo como pano de fundo.

Conheci Marcos Rey bem cedo, quando a minha viagem ao mundo dos livros começou. Meus primeiros passos foram os livros da série Vagalume, série que Marcos Rey enriqueceu com seus romances. Quem não conhece, nem que só tenha ouvido falar, O Mistério dos Cinco Estrelas? O livro conta o desenrolar de uma investigação de assassinato no Emperor Park Hotel, liderada por Léo, o mensageiro do hotel, e conta com a ajuda de seus dois amigos Gino e Ângela.

Eles aparecem também em outras histórias, como O Rapto do Garoto de Ouro, outro sucesso bem conhecido, que narra o sequestro de um cantor muito amigo do trio, cujo livro está guardado dentro de meu guarda-roupa, e a quem eu pego ainda algumas vezes para reler. Léo, Gino e Ângela também aparecem em Um Cadáver Ouve Rádio e Um Rosto no Computador.

Além desses, Marcos Rey escreveu Sozinha no Mundo, Dinheiro no Céu, Enigma na Televisão, Corrida Infernal, Quem Manda já Morreu, Bem-vindos ao Rio, Garra de Campeão, Na Rota do Perigo, Doze Horas de Terror, todos ainda na série Vagalume, o que me fazia voltar religiosamente na biblioteca da escola toda semana.

Agora, depois de crescida, fui à biblioteca municipal, aqui em São Bernardo, e acabei trombando com dois livros dele, dessa vez para adultos: Malditos Paulistas e Soy Loco Por Ti, América!

O primeiro, recém-devorado, conta a história de Raul, um cara que não tem vínculos com nada e com ninguém, com exceção dele mesmo e dos prazeres da vida. Por pura sorte, arruma um trabalho na casa de um ricaço da cidade. A partir daí, nosso anti-herói passa por maus bocados, indo até parar na cadeia! E o final surpreende, e te faz gostar mais ainda de Raul, o safado motorista-cafajeste-vigarista.

O segundo, ainda não terminado, é uma reunião de algumas crônicas que ele escreveu. Eu sei que nem preciso ler o livro inteiro pra dizer que é ótimo: a primeira crônica já valeu o livro todo. A Enguia conta o trajeto de um cuidadoso falsificador de dinheiro. Você se pega, no meio da história, torcendo para que o personagem não seja descoberto, e acaba vidrado pela excelente narração de Marcos.

Ele morreu em 1999, infelizmente, mas deixou para trás vários tesouros paulistanos, recheados com humor ácido. Deliciosas descrições das boates e botecos da cidade, os enredos da vida de pessoas que podiam muito bem conviver com você, serem seus conhecidos.

Pra quem gosta de ler, Marcos Rey é parada obrigatória. Além de ver São Paulo sob um prisma diferente, mas com um quê de familiaridade, você se diverte, dá boas risadas e instiga a imaginação além do horizonte. Corra até a livraria mais próxima e delicie-se. Prometo que não vai se decepcionar.

Posted by Thata @ 15:51

8 Comentários

Anonymous Anônimo said...

Não o conheço não, nem tinha sequer ouvido falar do cidadão em pauta, fica a dica e a curiosidade, que por sinal estou numa dívida enorme com a leitura acho que meu cotidiano está acabando com esses prazeres, música, leitura, ta ficando tudo de lado, a hora que eu tenho um tempo eu só quero saber de durmir ou ficar sem fazer nada, o único livro que eu leio quase diariamente é um livro de contos da Lygia Fagundez Teles e isso ja faz uns bons meses sempre o mesmo livro as mesmas histórias, tá certo que eu adoro mas até preciso mudar nesse ponto.

Tenho que começar a tomar algumas providências, quanta a música eu ja dei um jeitinho, agora com a leitura eu preciso também dar um jeito tem tanta coisa na estante e tenho certeza que nada que tem ali que eu queira ler pelos menos por enquanto, ja tenho um livro na mira pra retomar com esse hábito ai se não der certo vou ter que apelar pro Sidney Sheldon ele consegue proezas comigo surpreedentes, se bem que eu acho que vou apelar até mesmo antes do que eu imagino só de falar no nome do cidadão deu água na boca.

Agora falando em velórios eu também odeio, fui em poucos só fui em alguns que não tinha como não ir pela proximidade dos defuntos no caso meu avô por exemplo, odeio o clima, acho até bizarro a situação e como você disse:
"Essa choradeira melancólica, por vezes até mesmo falsa, me irrita."

Pois é a mim também, e quando eu morrer eu quero todo mundo muito bebâdo comemorando por eu ter passado pelas vidas daqueles que realmente deram algum valor a minha presença e nada de caixão pra todo munod ficar me vendo com dois pedaços de algodão no nariz digo isso faz tempo morreu ataca fogo e joga as cinzas na natureza pra mim ficar quetinho lá com os bichos.

Puts você e eu comentando parece que ta fazendo um post, acaba se empolgando e vai embora falando vou até parar por aqui.


Beijão pra ti.

20 de outubro de 2008 às 09:28  

Blogger Thiago Paulo said...

Nossa, eu também não conhecia esse autor e seus livros.Mais fiquei interessado, já que estou gostando de ler livros nacionais! Obrigado pela dica!

Há, veja O Nevoir, sim! Você vai adorar! Eu levei vários sustos, e fiquei chocado com o final!

Abraços...

20 de outubro de 2008 às 14:25  

Blogger Unknown said...

Eu realmente sou completamente louca por livros, mas, nunca nem havia ouvido falar sobre ele. Mas, com certeza, é sempre bom conhecer novos escritores, novas leituras, livros, enfim, vou colocá-lo em minha lista de obras a serem lidas!

Bju :P

20 de outubro de 2008 às 15:53  

Anonymous Anônimo said...

É vou procurar sobre o Marcos, quanto ao Sidney o primeiro que eu li foi A Ira do Anjos fica a dica eu achei maravilhoso embora um pouco triste.

beijooo

21 de outubro de 2008 às 09:34  

Anonymous Anônimo said...

Eu era apaixonada por esse livro: O Mistério dos Cinco Estrelas
Mas vou dar uma procurada nesses dois últimos que você citou.
Obrigada pela sugestão.


Um abraço
http://suellenpereira.blogspot.com/

21 de outubro de 2008 às 12:39  

Blogger Malu said...

Eu adoro Marcos Rey! Eu era leitora cativa da série vagalume e ele era justamente o meu escritor predileto. O Mistério dos Cinco Estrelas foi o primeiro livro dele que li e nunca mais parei. Nunca li um livro dele "para adulto" mas vou dar uma olhada na minha (olha como sou possessiva) biblioteca para ver se encontro. Aliás, eu amava a série Vagalume, não conhecia quem também lesse. É sempre bom saber que não sou a única.

Desistiu de publicar sobre o seu primeiro voto?
Sobre louça, concordo com você, é legal porque é algo rápido mas quando tem louça na minha casa "de cima" é sempre daquelas que a gente adoraaaa, com muita gordura e outros objetos não identificáveis grudados na panela.

21 de outubro de 2008 às 16:57  

Blogger Gabriel Leite said...

É ótimo trombar com o passado desse jeito!

Principalmente quando o passado vem em forma de livros infantis. Pra mim, poucas coisas são tão adoráveis quanto.

21 de outubro de 2008 às 18:54  

Blogger Unknown said...

Nossa gostei,obrigado pela dica, vou deixar uma minha,li um livro "A Ordem é Amém", que relata a história de um falso pastor que tem sua vida transformada por Deus, é um livro muito surpreendente e emocionante, leiam vcs vão gostar eu o encontrei no site:www.seteseveneditora.com.br

23 de fevereiro de 2010 às 13:11  

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