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quarta-feira, 16 de julho de 2008

Amigo pra vida inteira

Hoje comecei o dia bem, me enfiando no meio do pó. Tenho um "acúmulo de poeira", também conhecido por baú, embaixo da cama onde guardo as anotações, provas e trabalhos da faculdade, e várias coisas do passado, que eu nem lembrava mais que existiam. Passei um pente fino ali e joguei fora muitos pôsteres e matérias com os caras por quem eu babava (e alguns ainda babo).

Achei um tesouro escondido logo ali, entre o álbum de figurinhas do Pokémon e a revista com os quadrinhos da Sailor Moon: cartas. Muitas cartas. Cartões de aniversário, cartas de fim de ano de escola, de crianças com quem eu brincava, de amigos secretos. Fiquei perdida nas letrinhas miúdas e tortas, me divertindo com as recordações que me proporcionavam.

Tinha uma carta de uma amiga de escola. Estudou comigo uns três, quatro anos, lááá no Ensino Fundamental. Me considerava uma irmã, amiga pra todas as horas. No bilhete me agradecia por todas as vezes que eu a ajudei, suportei, aconselhei e etc. Engraçado que não falo com essa garota há uns dois anos. De vez em quando a gente se esbarra via msn, mas o contato não passa disso. Nem parece que éramos unha e carne, que vivíamos na casa uma da outra, e que era pra ela quem eu confidenciava a maior parte das coisas que me aconteciam.

Achei desenhos de uma vizinha, daqui do prédio que eu moro. Declarações de amor, uma confissão de que morria de medo da minha "au-au", e desenhos de cachorros, já que ela sabia que eu os adorava. Fiquei lembrando de tudo o que passamos, e não posso acreditar que ainda somos vizinhas mas nem um Oi trocamos. Claro que quando nos vemos conversamos brevemente, mas aquela cumplicidade, aquela diversão de outrora não mais existe. Ela cresceu, eu também, e ficaram só as recordações do tempo bom.

Mas a que mais doeu no peito foi a da garota louca que eu conheço desde que me entendo por gente. Eu morava em São Paulo antes de mudar pra cá, e ela era A melhor amiga. Levamos milhares de broncas por ficar brincando em sala de aula, quando deveríamos estudar. Quando eu mudei, endereços e telefones foram trocados com a promessa de não perder contato nunca! Durante uns quatro anos realmente foi assim: nos correspondendo sempre, contando novidades, "causos", desabafando, prometendo encontros e jurando amizade eterna. Lembro que fui passar um tempo na casa dela, fomos no shopping, nos divertimos à beça, e depois quando voltei pra São Bernardo... puf!

As cartas começaram a diminuir, os telefonemas que antes eram raros pararam de vez. E quando eu vi, não sabia mais se ela morava no mesmo lugar, e sequer se estava viva e bem. Anos mais tarde a internet deu um jeito, mas esbarrar com ela no msn é difícil e quando acontece, nem conversamos. Onde ficou aquela amizade bonita que tínhamos, que ninguém separava, nem mesmo a distância? Ainda não consigo entender o porquê da separação repentina. Acho que nem mesmo ela lembra.

Aí fico analisando, fazendo um balanço de minha vida, pensando em todas as pessoas que conheci, as amizades que fiz... Todas elas tem um lugar especial no meu coração, foram de grande importância para mim, e todas eu pude considerar amigos de verdade. Me ensinaram várias coisas, serviram de base pra construir o meu caráter, ri demais com todos, passei raiva e até briguei com alguns, mas sempre voltando a nos falar normalmente como se nem tivesse acontecido. E apesar de tudo, o contato não existe mais. Cada um foi para um lado, cuidar da sua vida, e ninguém liga ou escreve pra ninguém mais. E quando nos encontramos na rua é aquele tal de "Precisamos combinar de sair, juntar a galera" que nunca acontece.

Em compensação, tenho um caso de amizade duradoura. Já são oito anos nos aguentando. Ela era minha vizinha, brincamos, passamos a adolescência, descobrimos coisas juntas, e apesar de ela ter mudado pra um pouco longe de mim, continuamos a mesma coisa. Falamos via telefone, msn, Orkut, ao vivo, e às vezes até por telepatia. Ela entrou na faculdade, estudamos feito loucas, e nada mudou. Ainda saímos, pagando micos, rindo das coisas já passadas, como sempre foi. Eu até já falei sobre ela aqui. E não acho que muita coisa irá mudar pelos próximos dez anos.

O negócio é aproveitar cada momento como se fosse o último, afinal. E torcer para que os caminhos, apesar de diferentes, possam correr lado a lado.

Posted by Thata @ 14:00
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Local: São Bernardo, São Paulo, Brazil

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